Algumas reflexões sobre o livro: “Em busca de sentido” (Viktor E. Frankl) ...

            Já no Prefácio da edição de 1984, aparece uma afirmação que já ouvi algumas vezes, mas como tudo na vida, existem momentos que são diferentes e nesses momentos também nos damos conta de coisas de forma diversa.

“Não procurem o sucesso.” O autor reflete que quanto mais procuramos o sucesso, assim como a felicidade, mais distante ele nos estará, pois mais erraremos ao buscá-lo. Pois não devemos persegui-los: “ele (sucesso) deve acontecer”. Ele será como um efeito colateral de nossas ações diárias, do cumprimento de nossas obrigações, do nosso senso e atos de responsabilidade. Dessa forma, a longo prazo, o sucesso passará a nos perseguir.

Portanto, creio que, como minha querida amiga Eugênia sempre me fala, preciso exercitar a PACIÊNCIA. Hoje verifico que o medo tem me atrapalhado demasiadamente. Cabe a mim alterar isso: trabalhando, servindo, amando... Vivendo e sendo aquilo que o Pai pensou para minha vida.

Continuando...

Ao longo de todo o livro fui fazendo minhas anotações. Seguem algumas delas com os meus comentários:

ü SERVIR: sempre haverá alguma forma de ser útil, por mais incapaz que sejamos ou mesmo que acreditamos ser, portanto, devemos servir de alguma forma, como se consegue, sendo GRATO por aquilo que se pode fazer;

ü CORAGEM DE CONFESSAR: é um exercício que tenho entendido. A coragem de confessar a nós mesmos nossas dificuldades, nossas misérias (podemos fazer isso diante do espelho), nossas qualidades, ou seja, enxergar o que, realmente, somos capazes;

ü APRENDER DEIXAR OS FATOS ACONTECEREM: acreditar na vontade de Deus para cada um no momento presente. Amor maior do que o de Deus por nós jamais existirá. Então, é contraditório sentirmos medo da ação Dele em nossas vidas. Aqui, vejo em mim, uma fé fraca, uma certa soberba em acreditar que eu saberia melhor do Ele o que é bom para mim.

ü BOA APARÊNCIA: pode parecer fútil... “ah, você poderia emagrecer”. Sim, quanto melhor nossa aparência, quanto mais forte nos apresentamos, melhor estaremos para cumprir, onde quer que estejamos nossas responsabilidades que nos forem confiadas. Como se poderá confiar algo a alguém com aparência frágil? Como posso amar e servir na moleza, na fraqueza, enquanto estou somente preocupada com meu umbigo. Preocupar com a beleza, a qual importa extremamente, em cuidado com aqueles que convivem comigo, pensando como um gesto de amor;

ü  DOR FÍSICA x DOR PSICOLÓGICA: a primeira não importa tanto quanto a segunda. Por mais que o corpo sofra e sintamos uma dor imensa, nada se compara à dor causada por sentimentos de injustiça, de perda de dignidade, por exemplo. Isso afeta os valores das pessoas, pois há em nós, a necessidade de valor próprio para nos sentirmos vivos;

ü  CONTEMPLAÇÃO: a capacidade de ver fora de si a beleza presente em diversos lugares, contemplando, enxergando mais uma vez o amor imenso do Pai por nós;

ü  AMOR-PRÓPRIO: quando o colocarmos em áreas mais profundas, espirituais, nada o poderá abalar, nenhuma situação que possa nos ser apresentada;

ü  AUTOCONTROLE: é preciso sempre nos controlar. Como já dizia Santa Teresa de Ávila: ‘devemos sempre desconfiar de nós mesmos’. Então, nessa constante desconfiança, buscando sempre as graças do Eterno Pai para atingir esse autocontrole;

ü  DECISÃO INTERIOR: ela nos traz a capacidade de encontrar interiormente aquilo que o meio é capaz de nos transformar. Ou seja, por pior que seja o meio, a nossa decisão interior que definirá em que nos transformaremos;

ü  PLENA LIBERDADE INTERIOR: somente conseguimos quando estamos em união com o Pai;

ü VALORIZAÇÃO DA REALIDADE: estarmos “instalados” na realidade, valorizando cada ponto que ela nos apresenta, permitirá evitarmos a desistência, perseverando;

ü RESPONSABILIDADE: essência da existência humana. “Quanto mais a pessoa esquecer de si mesma – dedicando-se a servir uma causa ou a amar outra pessoa –, mais humana será e mais se realizará.”;

ü SOFRIMENTO: em geral, o sofrimento deixa de ser sofrimento quando encontramos um sentido nele, como o sentido de um sacrifício. Podendo ser um sacrifício de amor a alguém, que também, esse amor, traz sentido à vida;

ü O QUE SE TORNAR NO MOMENTO SEGUINTE: trata-se de mais uma das nossas inúmeras responsabilidades, nós decidimos o que nos tornaremos com as nossas ações presentes, nossas atitudes diante das situações a nós impostas.

Por fim, que possamos viver o momento presente como se o estivesse vivendo pela segunda vez, pois assim já saberia onde errei e onde posso fazer melhor.

Vanessa Elizabeth dos Santos Borges

Goiânia, 01 de agosto de 2021.

Dia de Santo Afonso Maria de Ligório

 

 

Comentários

  1. Maravilhoso! Incrível como você consegue ir tão profundo na alma com uma leveza e sutileza na condução das suas palavras.
    Obrigada por me permitir ler.
    Com carinho, Aline.

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